”VAI, VENDE, DÁ E VEM”
A deixar, naquele particular momento,
Todos os seus bens de fortuna,
O que em sua mente não se coaduna,
Porque para si eles resumem todo o valor
Enquanto angariados com cuidado e afã
No esforço e trabalho do dia-a-dia
Sempre iniciado com a ditosa alegria
De cada manhã?!
Viste o quanto era difícil ele deixar
Todos os haveres que detinha em sua mão.
Não pode isso acontecer somente a teu jeito
Portanto, vai, vende tudo, dá aos pobres e vem;
Depois segue-Me e, sempre junto a mim,
Readquires o sentido do viver e, assim,
Experimentas toda a verdade
Do caminho para uma feliz eternidade”.
Mas são sempre letra morta os mandamentos
Quando não houver autêntica doação
Em todos os cometimentos
Da acção.
Fingindo de rico na minha pobreza,
Muito pouco ou nada quero largar
Porque me deixo enredar
Numa desmesurada avareza
Pelos bens que julgo possuir
Mas, sem mérito nem valor,
Pois não alimento com sincero amor
A grandeza do meu existir.
Sei que o desprendimento,
Feito em plena e livre consciência,
É o verdadeiro e seguro caminho
Aberto à pura felicidade
Porquanto cada um recebe o carinho
Da Tua Caridade.