Abre-se o cenário da Verdade.
Soam as trombetas estridentes
Convocando todas as gentes
Para o universal julgamento;
E toda a humanidade,
Sem subterfúgio nem fingimento,
Verá, num fugaz momento,
Tudo quanto fez
No mundo que viveu,
E se mereceu
Entrar, por sua vez,
No imortal Reino do Céu.
É franqueado o Livro da Vida,
Que não permite emendas ou ajustamentos,
Onde cada acção cometida
De ajuda ao mais pequeno irmão,
Operada na humildade da doação,
Traz consigo seus valimentos.
O pão distribuído ao esfomeado,
Ou um simples copo de fresca água
Que aliviou a sede e a mágoa
Do caminhante ou exilado;
A roupa que cobriu a nudez
Duma vida em pecado
De soberba e altivez;
O solícito reclinar
Do empenhado olhar
Sobre o semelhante doente,
Ou a descoberta do prisioneiro,
Apegado à ganância do dinheiro,
Tudo isso, feito com coração e mente
Na Pessoa do Senhor Jesus,
Tornará mais leve a sentença,
E conduzirá, como recompensa,
À celeste Pátria da Luz.
Mas, quem isto esquecer
Ou não quiser
Fazer o bem, por insensatez,
Perderá sua vez
De se salvar eternamente;
Terá morada permanente
No afastamento e na dor
Pois se fez dono e senhor
Da existência que não era sua.
E, entretanto, separado,
Pela contumácia no pecado,
Ouviu a censura mais severa e crua
Com o fogo ao Diabo destinado.
Queremos nós, então, Senhor,
Ficar à Tua direita,
Caminhando pela porta estreita
Da simplicidade
E caridade,
Procurando em todo o irmão,
Um caminho para a Salvação,
Dom supremo do Teu Amor.
(Reflexão para o 34º Domingo Comum, Ano A)
(Mt.25,31-46)