Caindo do Céu, serena e calma,
A
bendita chuva benfazeja
Vem
confortar
E
fertilizar
A
ansiosa e débil alma
De
quem a deseja.
Difundida
sobre justos e pecadores,
Em
boa conta e medida,
Suaviza as mais agudas dores,
Semeia e faz crescer a vida.
Consigo carrega doce fragrância,
Espelho secreto de abundância.
A
sua graça enriquece
O
espírito que estremece
À
distância.
A ninguém deixa sem ter regado
O
terreno que, na humildade,
Procura a verdade,
Mesmo em lamaçal de pecado.
Assim a Palavra do Senhor
Que, para a alma agonizante,
É
um alerta seguro e constante
Pois lhe esparge a cada instante
Seu
intenso calor.
Ó
chuva, por Deus, abençoada,
Transformadora de um mundo agreste;
Fazes
mais doces, à tua chegada,
Os
rigores do sol escaldante,
E
toda a natureza se reveste
Duma cor alegre e luxuriante
De felicidade sempre inacabada.
Assim
a Palavra do Senhor,
Que
o Homem recebe em seu coração:
Amolece toda a arrogância
Da
cegueira, má-fé ou ignorância
De quem, com intenso ardor
E
profunda humildade,
Procura a felicidade
Da comunhão.
Bendita a chuva, sobre a natureza derramada,
Quando penetra a nossa terra e a fecunda
Com
alegria, bondade e vigor.
Graças pela Divina Palavra, em nós semeada,
Pois sempre, generosamente, nos inunda
De
Amor.
Cfr. Is.
55,10-11