Ainda perguntas, Senhor Jesus:
_ “Quem Me tocou?!”
Foi quem precisou,
Procurou,
Te encontrou
E confiou
Na Tua Luz.
O pobre e desvalido,
Em permanente gemido
De esfomeado
E, no pecado,
Caído.
O pai e a mãe em cuidados
Por seus filhos
desnorteados
Quando, sem quaisquer gestos
de afectos,
Fazendo deles meros objectos,
Lhes viraram as costas
E procuraram, noutras apostas,
Uma vida de mal-amados.
Os aparecidos na berma da
estrada,
Que escondem suas reais
profundas dores
Numa cara silenciosa,
envergonhada,
Porque, esmolando sonhados
favores,
Lutam por existência mais
feliz e calma
Como o pão para a alma.
As crianças que, logo pela
manhã,
Acordam para um viver
informe e frio,
Esquecidas da família e seus
valores
Quando, apoiadas na esperança
vã,
Buscam os levianos amores
Dum mundo falso e vazio.
Os desanimados e
vacilantes
De todos os instantes
Que, esvaídos de forças e
vontade,
Esperam a voz da caridade
Dos passantes.
Todos estes e muitos
mais,
Emudecendo profundos ais,
Lutam por uma felicidade
maior
E correm a tocar o Teu manto
Onde secam as lágrimas do
pranto
De magoada pobreza e
dor
Para que também os olhes com
amor,
Senhor.
Foi sempre grande a
multidão
Que, confiante, Te
apertou
E alcançou
Teu amoroso coração.
Por isso, reencontrando a
esperança,
Obteve a preciosa cura
Para aquela existência
enferma e dura,
Em Ti, tornada mansa.
“A tua fé te salvou”.
“A criança não morreu, apenas
dorme”.
Com esta firmeza
enorme,
Que a muitos entusiasmou,
Fizeste soltar risos de
sarcasmo
Mas acordaste as
consciências, do marasmo,
De quantos quiseram tocar
Teu manto
E viram, para a vida, novo
encanto.
Agora, continuas a estender
Tua mão,
Pois a todos desejas
levantar
Do lamaçal da miséria e
pecado.
Abraçando-os com afeição,
Sempre Te apressas em perdoar
A quem também se deixa
tocar
Pela chama da Salvação.