Quem sou

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Vocação: Padre - Outras ocupações: artista de ilusionismo e hipnotismo

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

QUEM SALVA A FAMÍLIA?

         Dada a complexidade da sociedade dos dias em que nos movemos, sujeitos a todas as vicissitudes de mudança ou acomodação transigente no desmoronar de valores essenciais, em boa hora surgem intenções e acções com o sentido da preservação e respeito desses mesmos valores.
         Na continuidade e fidelidade à missão, todas as agremiações de pessoas, tremendo sob ameaças de ruína, levantam a voz e dão as mãos numa luta sem tréguas em favor da consciencialização acerca do que é a vida, o Homem, os grupos, o trabalho ou, numa palavra, a dignidade nos sectores globais da existência.
         Não é de ânimo leve e sem medir consequências que a problemática da Família aparece na quarta etapa do Plano Pastoral da Diocese de Aveiro, no intuito de ajudar cada cristão, individualmente ou em conjunto, a tomar consciência do que ele mesmo é, colaborando na renovação e dinamização das estruturas com vista à sua solidez pela intervenção da fé na vida real, como “âncora e farol de esperança”.
         Nada fácil o desinstalar consciências quando elas buscam mais o ter que o ser. As incidências estruturais e sociológicas estão a conduzir, sobretudo os mais novos, a uma leveza ou leviandade de actuação no entendimento sobre aquilo que é básico e o fundamento da respeitabilidade do ser Homem.
         Quem contacta os sítios de encontro dos jovens pasma com tanta insensibilidade sobre variados problemas cruciais, relativos à construção sadia da cidade humana.
         Torna-se evidente que, se a comunidade e seus responsáveis não conduzem as coisas pelos trilhos da verdade e da vida, os mais novos ver-se-ão privados dos alicerces convenientes e seguros.
         Por crescerem quase sem referências, patenteiam uma grande superficialidade em relação a assuntos de suma importância para o seu crescimento harmónico e consciencializado.
         Eles pensam afirmar o seu estado adulto se entrarem na onda do que é propalado e defendido por quantos invertem os direitos e os deveres.
         Assim, como exemplo, acham que todas as medidas preconizadas contra a vida são a expressão de uma liberdade individual que nada tem a haver com os outros ou qualquer entidade superior e sobrenatural.
        Contestam a autoridade familiar, centrada nos pais; aceitam-se sem engulhos no parasitismo porque se encontram, então, fora dos quadros de trabalho. Não auferindo portanto salários, procuram usufruir todas as regalias e não acatam quaisquer escusas provindas dos seus maiores. Deixam-se entusiasmar pelas doutrinações de facilitismo, emanadas dos poderes constituídos que contrariam os altos valores da vida e da família: o aborto, a eutanásia, os divórcios, as uniões passageiras e irresponsáveis, as desordens na educação estudantil, as rebeliões laborais, a injustiça social e tantos “focos cancerígenos” que a sociedade ostenta.
         Concorde-se ou não, mas reconheçamos honestamente que a Igreja, com as suas estruturas sociais para as diversas etapas da idade e com as acções de formação, a atenção dedicada às crianças e aos jovens, procura afincadamente ser “Fraternidade de Famílias confirmando a Esperança”.
         É sempre um desafio permanente mas ela, a Igreja, continuará a sua nobre missão de comunicar Deus e contribuir para o alicerçar da sociedade, salvando a sua base: - a Família. E, também, que ninguém se considere excluído desta mesma obrigação.