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Vocação: Padre - Outras ocupações: artista de ilusionismo e hipnotismo

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Onde será o Natal?








ONDE SERÁ O NATAL?

Eles eram um casal modesto
Que correu lesto,
Por caminhos pedregosos,
Agrestes e tortuosos.
Para trás ficaram a casa,
Os trabalhos ou o sossego
E, pelo deserto em brasa,
De coração fervoroso e ledo
Acatavam o chamamento
Dos senhores que mandam no mundo
E, no fundo,
Era, assim, o cumprimento
Da vontade do Deus e Senhor
Que, por amor,
Enviava o Seu Filho, o Messias
Para tornar amenos os dias
Do homem pecador.

O Salvador da humanidade,
Envolto no véu silencioso
Do divino seio materno,
Traça o destino eterno,
Chamando a humanidade
Ao seu projecto amoroso.

José e Sua mulher, Maria,
Anónimos caminhantes,
Carregaram os rigores do dia
Nas areias do deserto,
E os que seguiam de perto,
Também cansados e ofegantes
Não descobriam nem suspeitavam
Que a família com quem cruzavam,
Era de Deus um mistério:
De coração compadecido,
O Cristo ainda desconhecido,
Mas, pelos profetas anunciado,
Vem libertar o mundo deletério
Do pecado.

Fizeram jus ao descanso,
Na sua difícil viagem,
E, na primeira paragem
Do caminho sereno e manso,
Bateram à porta de uma estalagem.
Primeira recusa recebida;
Para eles não havia lugar;
Tudo cheio, nesta avenida,
Porque eles não poderiam pagar.

Batem nas entradas seguintes.
Ouvem a mesma resposta.
Então, José e Maria sobem a encosta,
Mas, como têm o aspecto de pedintes,
De todos ouvem um não rotundo
Pois ninguém reconhece o Salvador do mundo.
José vai mais à frente
Mostra que ainda é gente,
Mas o político da nação
Também lhe diz não;
Ausculta o senhor da finança
E, nele, não encontra fiança;
Vai ao supermercado;
Aí, o mesmo recado.

Indaga entre ministros e deputados
Sobre onde podem ser localizados
Lugares de paz e harmonia,
E a todos dizia
Chegarem por bem e boa intenção.
Apelavam a bondade do coração
Para o alívio da sua cruz,
Porque Maria iria dar à luz.

Também ouvi o batente da minha morada
Quando alguém tocou truz, truz, truz;
Mas, continuei de porta cerrada;
Perdi a ocasião e não recebi Jesus.

Assim, foram tantas as portas batidas,
Quantas as famílias fechadas,
Mas os pobres, nas dores sentidas,
Põem sempre em comum os seus nadas.

José intercepta um “sem-abrigo”
A quem pergunta: “amigo,
Onde alugarei mansão”?
Ao que ele responde: “vem comigo;
Tenho uma choupana de papelão”.

José e Maria aliviaram
Quando naquela casota entraram.

Tinha chegado o momento
E, no meio de tanta miséria e dor,
Nasceu o Salvador…
- Para todos os homens, certeza e alento.

Naquela noite escura e gelada,
Na improvisada gruta, sem janelas nem portas,
Foi grande e alegre o alarido;
Cantaram os Anjos, em revoada,
E, naquelas horas mortas,
O povo acordou aturdido,
Iniciando curiosa caminhada.

Vieram os pastores, pressurosos;
Os soldados pararam a guerra
E, em toda a terra,
Subiram gritos jubilosos,
Porque em Belém, Terra de Pão,
Nasceu Jesus, nossa Salvação.

Todos puderam ver um Menino lindo,
- O Deus, feito carne como nós.
Acreditamos que Ele tenha vindo
Nascer em palhas velhas e carcomidas,
Remir os pecados de muitas vidas,
E para O ouvirmos
E seguirmos
Sua voz.

Vamos nós, hoje, adorar
E a Jesus prestar glória,
Porque, junto de nós, Ele veio morar
E dar sentido à nossa história.

Na força e grandeza da fé,
Sustenta, ó Deus de Bondade, em todos, a alegria;
Louvamos os cuidados de José,
E rendemos o profundo amor a Maria.


Manuel Armando

(Reflexão para o Dia de Natal - 2010)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

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