Quem sou

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Vocação: Padre - Outras ocupações: artista de ilusionismo e hipnotismo

quarta-feira, 6 de abril de 2011

ALELUIA! ALELUIA! CANTEMOS

          Foi num Domingo, ainda bem cedo,
              Quando as mulheres correram, mas cheias de medo;
              A levar perfumes e unguentos
              E, nos seus pensamentos,
              A esperança de encontrar o Corpo de Jesus,
              Morto e descido da Cruz.

              Terminava a madrugada, despontando novo dia
              E a frescura da natureza
              Trazia consigo a certeza
              Que um mundo renovado surgia.

              O Túmulo estava vazio e na escuridão,
              Enquanto uns anjos anunciavam a Ressurreição.

              O Jesus, como havia prometido, venceu a morte,
              Mudando para todos os homens a sorte;
              Ressuscitou o Salvador
              Que trouxe o perdão ao pecador;
              Apontou os caminhos da glória,
              Aos humanos aliviou a dor
              E ensinou-lhes o segredo da vitória.
             
              É a Páscoa da Redenção,
              O Senhor Jesus voltou à vida,
              Cantemos com alegria incontida
              E, no ardor do coração,

              Anunciemos a cada um nosso irmão
              Que Jesus, entre nós, ressuscitado,
              Vencerá a tentação e o pecado
              Do Homem que, mesmo na fragilidade,
              Procura a felicidade
              Da Salvação.

              Aleluia! Aleluia! Aclamemos o Cristo amoroso
              Que foi da morte vencedor,
              E ressurgiu do túmulo, glorioso.
              Ganhou o mundo outro vigor
              Para acreditar, forte e sem temor,
              Que a Graça do Deus Vivo é que salva,
              Pois traz vida nova à nossa alma.

              Aleluia! Aleluia! Louvemos a Deus, Pai e Senhor,
              Porque nos abraça e abençoa com Seu infinito amor.
     
              Aleluia! Aleluia!

                                                              Manuel Armando
          (Reflexão para o Dia de Páscoa, Ano A)

terça-feira, 5 de abril de 2011

APRESENTANDO-ME, QUASE…

          Não seria necessário fazer qualquer forma de apresentação. Mas imagino ser de bom-tom escrever alguma coisa, não sobre a minha pessoa, mas como aviso de eu, apenas, pretender em algumas ocasiões, expressar aquilo sobre que medito numa total liberdade de consciência, sabendo que nem sempre cairei nas graças de quem ousar ler, até por mera curiosidade.
          É natural que todos nós tenhamos a tentação de entendermos a vida, no constante dia-a-dia, segundo os nossos critérios ou necessidades pessoais e que pensemos, por tal, sermos os detentores da verdade ou da única via de interpretação do desenrolar dos acontecimentos e metamorfoses dos insatisfeitos que somos.
          Acredito, com todas as fibras da sinceridade que, na permuta das ideias, dos modos diversos de observar tudo quanto se desenvolve à nossa volta, reside o fulcro ou o motivo duma sociedade organizada, respeitadora da sã convivência, em ordem à construção da fraternidade universal.
          Por tal razão, acedo ao propósito de utilizar alguns minutos, não porque esteja sem nada para fazer, mas aceitando o facto de muito ter para aprender pela reflexão pessoal ou através das achegas que os mais doutos e traquejados nas andanças da escrita me possam franquear. Bateram-me à porta, aqui estou.
          No pluralismo das sensibilidades e visões sobre a progressão dos acontecimentos, situados em qualquer tempo ou espaço, e sem peias divisionistas, constrói-se uma espécie de família no seio da qual todos têm o seu lugar próprio, com direito à relação e na tolerância recíproca. Ninguém atropela o outro e cada um é honrado no seu assento e missão.
          Não hei-de imiscuir-me na maneira de ser ou pensar de alguém, mas também jamais ficarei inibido de expor a verdade que o é para mim, ainda que não para os demais.
          Bem sei que não seria necessário dizer isto. Todavia, este intróito poderá servir, nalguma ocasião, para desculpa de qualquer lapso fortuito e ocasional.
          Dentro destes princípios por que me norteio, procurarei os assuntos dentro dos quais eu possa estar capaz de reflectir. E quem dá daquilo que tem, a muito mais não poderá aspirar. O sapateiro não poderá ultrapassar a sola da chinela.
          E para não alimentar expectativas vãs que não correspondam ao compromisso, adianto que, só de vez em quando, aportarei por estas paragens.
          Procurarei, assim, ser mais uma pequena peça desta engrenagem que está, desde há longos tempos, em movimento e ainda não enferrujou.
                                                                            P. Manuel Armando  
                                           (Primeiro escrito para Jornal da Bairrada)