O Senhor salva quem está na opressão
E a todos quer sentir em liberdade.
Aos que têm fome dá o Seu pão,
Com o abraço forte do perdão
De Pai amigo e cheio de bondade.
Milhões de bocas esfomeadas,
Ao sol ou à chuva, morrendo sós,
Enquanto outras passam, empanturradas,
De estômago cheio, impantes na voz,
Olhando, de soslaio, as gentes que, pelas estradas,
Interrogam a consciência de todos nós.
Anda um povo inteiro pelo deserto
Revoltado, errante e sem rumo certo,
Ansioso e carente do verdadeiro maná.
Mas o Pão da Palavra mudará
O coração aberto
De quem procura caminhar perto
Da força e graça que Deus a todos dá.
Uma nova sociedade se há-de erguer
Quando calcado for o egoísmo feroz.
Também a firmeza da esperança vai vencer
O desinteresse, a injustiça e o deixar correr,
A guerra de mentira permanente e atroz.
Tarefa difícil mas imputada ao nosso dever
De trabalhar com afinco para bem de todos nós.
O pão repartido há-de saciar toda a gente.
A atenção ao semelhante é sabedoria;
Dar alento e espalhar a alegria,
Procurar no coração o fruto da semente
Lançada em busca da verdade
É encontrar a força da caridade.
“Dai-lhes vós de comer”;
Ordem e convite de compaixão
Para atender a todo o irmão
Que à míngua, de certo, irá morrer.
Se o homem apenas se arroja
Em partilhar o que julga ter como seu,
De nada ou pouco se despoja
Pois, tudo quanto possui Deus lho deu.
Escancara o Senhor Seu coração
Donde emana para nós vida abundante
Distribuída nos pedaços saborosos do Pão,
Alimento celeste para o pecador confiante
Que Nele busca o bem e a coragem segura,
Na ternura
Da Sua mão.
Manuel Armando
(Reflexão para o 18º Domingo do Tempo Comum, Ano A)
(Mt.14,13-21)