Quem sou

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Vocação: Padre - Outras ocupações: artista de ilusionismo e hipnotismo

sexta-feira, 29 de julho de 2011

“DAI-LHES VÓS DE COMER”

     O Senhor salva quem está na opressão
     E a todos quer sentir em liberdade.
     Aos que têm fome dá o Seu pão,
     Com o abraço forte do perdão
     De Pai amigo e cheio de bondade.

     Milhões de bocas esfomeadas,
     Ao sol ou à chuva, morrendo sós,
     Enquanto outras passam, empanturradas,
     De estômago cheio, impantes na voz,
     Olhando, de soslaio, as gentes que, pelas estradas,
     Interrogam a consciência de todos nós.

     Anda um povo inteiro pelo deserto
     Revoltado, errante e sem rumo certo,
     Ansioso e carente do verdadeiro maná.
     Mas o Pão da Palavra mudará
     O coração aberto
     De quem procura caminhar perto
     Da força e graça que Deus a todos dá.
  
     Uma nova sociedade se há-de erguer
     Quando calcado for o egoísmo feroz.
     Também a firmeza da esperança vai vencer
     O desinteresse, a injustiça e o deixar correr,
     A guerra de mentira permanente e atroz.

     Tarefa difícil mas imputada ao nosso dever
     De trabalhar com afinco para bem de todos nós.

     O pão repartido há-de saciar toda a gente.
     A atenção ao semelhante é sabedoria;
     Dar alento e espalhar a alegria,
     Procurar no coração o fruto da semente
     Lançada em busca da verdade
     É encontrar a força da caridade.

                 “Dai-lhes vós de comer”;
     Ordem e convite de compaixão
     Para atender a todo o irmão
     Que à míngua, de certo, irá morrer.

     Se o homem apenas se arroja
     Em partilhar o que julga ter como seu,
     De nada ou pouco se despoja
     Pois, tudo quanto possui Deus lho deu.

     Escancara o Senhor Seu coração
     Donde emana para nós vida abundante
     Distribuída nos pedaços saborosos do Pão,
     Alimento celeste para o pecador confiante
     Que Nele busca o bem e a coragem segura,
     Na ternura
     Da Sua mão.

                                                 Manuel Armando

           (Reflexão para o 18º Domingo do Tempo Comum, Ano A)
                                (Mt.14,13-21)