“DÁ-NOS, SENHOR, DESSE PÃO”
Da
gente anónima, mas entusiasmada,
Quando, por tudo e por nada,
Remexe, em seu favor, as emoções
Daquela ternura e compaixão
De
quem dá o verdadeiro pão.
Os
homens correm para uma outra margem
A
perguntarem como, sem trabalhar,
Poderão
encontrar
O
nutridor alimento
Para
seu côngruo sustento.
Pois, apenas, satisfazer o corpo
é pegar fumo
Que
se esvai de entre os nossos dedos,
Deixando
sobre si o vazio da desilusão
Que
prostra o Homem nos degredos
De
vida supérflua, sem projectos nem razão.
É
esbanjar os dons gratuitamente dados.
Mas,
desprezando a efémera matéria,
Todos
se levantarão da miséria
Ao
olharem com fé a eterna glória,
Onde
não mais haverá esfomeados.
Alargou
o sentido da solidariedade
Dos que vivem na abastança,
Em
favor do faminto desamparado
Por
uma injusta sociedade,
Onde
alguns abarcam o melhor bocado
E
outros ainda esperam a verdade
Daquele pão, para todos, criado.
Descido
em noites de desespero e dor,
Para
saciar a quem falta o amor;
E o
Homem jamais morrerá
Porque
viverá
Se o
comer, vindo do Céu como verdadeiro
Alimento
do mundo inteiro.
Na
força da graça e humildade,
Elevaremos,
em espírito de unção,
Esta nossa confiante oração:
“Senhor,
dá-nos sempre desse Pão”.