SOMOS PÓ LEVANTADO
A calcorrear avenidas e ruas,
De cabeça erguida e ideias nuas,
Num amálgama de aparência,
Pela riqueza do ter,
Pavoneando idealismo e saber
Mas omitindo a experiência
Do ser.
Emerge do vazio do teu nada,
Recomeça nova caminhada
Em busca de uma outra riqueza
Que habita o humano coração
De quem, com boa vontade,
Procura, sem veleidade,
A grande certeza
Da Salvação.
Entre desafios e
batalhas,
Ao lado dos outros, teus
iguais, A lutar sempre e sempre mais
Pelo ideal informe, sem sentido,
Desprezando os grandes sinais
Deste tempo definido?!
Quando olhas para trás
Onde tudo deixas, porque incapaz
De entender
A alavanca da Fé?!
Mas chamados à conversão,
Em cada hora que passa,
Porque o Senhor dá a graça
Da Redenção.
E ao fazeres tua esmola ou legado
Nem por isso esperes a ovação.
E, se te atreves,
Jejua de coração alegre e farto
Da força divina que te sustenta em pé
Na humildade e certeza
De encontrar a beleza
Da Fé.
(Quarta-feira de Cinzas, Ano C – Lc.6,1-6. 16-18)