“Conheço as minhas ovelhas e elas sentem a minha voz”,
Diz Jesus com a verdade e certeza do seu calor.
Ele sabe do barro frágil que somos nós,
Por isso nos acolhe, orienta e cuida no amor.
Caminha à nossa frente e, com a firmeza da Sua mão,
Segura o cajado, tecido numa doçura de radiosa luz;
Vai abrindo, de par em par, Seu coração
Enquanto, por caminhos direitos, nos conduz.
Somos o Seu rebanho; Ele o nosso Pastor
Que chama, para abundantes e apetitosos prados,
Todo o homem pusilânime e humilde pecador
Atolado no desespero, na angústia e dor
Mas que, arrependido, é libertado dos seus pecados.
Outro que venha, pela noite calada,
Entrar no redil, por parte incerta,
Esconde a maldade da sua cilada,
Procurando uma criatura abandonada;
Mas o pastor estará em permanente alerta
Na defesa da sua ovelha mansa e amada.
Feliz o homem que no Senhor se refugia,
Pondo nele a sua esperança e alegria;
Em Cristo encontrará a certeza
De poder sentar-se à sua mesa,
Saciar-se do pão dos fortes e da vida,
Achar num aprisco a guarida,
Onde todos somos iguais e chamados
A formarmos rebanho, sem relutância,
Pois o Senhor reparte, em bocados,
A Sua vida com abundância.
Obrigado, Senhor, pelo Teu chamamento,
Por Tua palavra de verdade e firmeza.
O Teu Corpo será sempre nosso alimento
E, contra todo o mal, a nossa defesa.
Senhor, és o nosso Bom Pastor
Que nos dás todo o amor.
Não deixes que sejamos saqueados
Pelos ladrões e salteadores esfomeados.
Só em Ti encontramos segurança
Pois fazes connosco aliança,
Conduzes-nos às iguarias
Da Tua mesa em todos os dias.
Também és a porta da serenidade
Para quantos ouvem Tua verdade.
Escuta, hoje, o profundo clamor
Do homem que, mesmo sendo pecador,
Procura e acha a felicidade
Porque acredita em Ti, Senhor.
Manuel Armando
(Reflexão para o 4º Domingo de Páscoa, Ano A)