Tem a vida um diferente valor
Se não é passada na penumbra da solidão
E cada qual mergulha no calor
Da amizade que brota do coração,
Quando descobre que só a verdade do amor
Alimenta a todos como único pão.
Se repartimos o sustento de cada dia
Com o faminto que é nosso irmão,
Aprendemos do Senhor Jesus a Sabedoria,
Vencemos o orgulho, o egoísmo e a fantasia
De, sem mérito, chegarmos à Salvação.
No desnudado, sem mesa nem abrigo,
Nascido para o mesmo mundo e condição
Havemos de encontrar sempre o amigo
A quem, em nome de Jesus, estenderemos nossa mão.
Vivemos iguais alegrias, carências e mágoas,
Somos uma só família de Deus
Que a todos purificou nas mesmas águas
E, no Sangue de Cristo, nos fez filhos seus.
Enriquecidos com a Sua Santa Graça,
Pelo caminho exigente da santidade,
Renunciemos ao tempo que passa,
Pleno de fome, do vazio e crueldade.
No silêncio humilde de quem não sabe nada
Acharemos, em Deus, a força da certeza
Que nutre e encoraja a nossa jornada,
Na busca daquela herança muito desejada,
E a todos sentará no banquete da eterna mesa.
Ao longo das areias do deserto,
Avisaste com serenidade, ó Bom Jesus,
Que também eu fosse uma luz
A marcar a verdade de um rumo certo.
E, a temperar este mundo de ilusão e guerra,
Me fizesse o autêntico sal da terra.
ConTigo, Senhor Jesus,
Não me tornarei, nunca, o sal pisado sem sabor.
Então, faça eu Tua vontade, semeie Teu Amor;
Que, na vida, não esconda o peso da Tua Cruz
E, no mundo, seja e espalhe sempre Tua Luz.
Manuel Armando
(Reflexão para o 5º Domingo do Tempo Comum – Ano A)