Quem sou

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Vocação: Padre - Outras ocupações: artista de ilusionismo e hipnotismo

sexta-feira, 23 de agosto de 2013


 

SÓ TU, Ó MAR

 

Por que te chamam azul, ó mar agreste?

Na tua lonjura 

Os nossos olhos atingem o verde-cipreste 

Na largueza das águas  

Que, até nós, vêm chorando mágoas 

De aventura.

 

Em ti mergulham ou vogam gaivotas. 

Lá, distantes, barcos seguem suas rotas 

Com pressa de empurrar o pôr-do-sol. 

Ele foi a força benfazeja da vida 

Que, à alma triste e ferida, 

Veio dar sentido de novo arrebol.

 

E sua luz, em prolongada despedida, 

Espraia-se, agora, pela imensidão 

Das tuas ondas buliçosas 

Que trazem, na crista, as rosas 

De alento para a ilusão 

Perdida.

 

Ó mar, no teu vaivém 

Enrolas coragens e medos 

E, para apagar segredos, 

Só tu e mais ninguém.

 

          (Verão de 2013)