SÓ TU, Ó MAR
Por que te chamam azul, ó mar agreste?
Na
tua lonjura
Os
nossos olhos atingem o verde-cipreste
Na
largueza das águas
Que,
até nós, vêm chorando mágoas
De
aventura.
Em
ti mergulham ou vogam gaivotas.
Lá,
distantes, barcos seguem suas rotas
Com
pressa de empurrar o pôr-do-sol.
Ele foi a força benfazeja da vida
Que,
à alma triste e ferida,
Veio
dar sentido de novo arrebol.
E
sua luz, em prolongada despedida,
Espraia-se,
agora, pela imensidão
Das
tuas ondas buliçosas
Que
trazem, na crista, as rosas
De
alento para a ilusão
Perdida.
Ó
mar, no teu vaivém
Enrolas
coragens e medos
E,
para apagar segredos,
Só
tu e mais ninguém.
(Verão de
2013)