Perdoa, Senhor, a minha infantil insolência
De pensar teres Tu perdido a cabeça,
Prometendo uma vida nova que, agora, começa
Quando, para trás, me ficou a inocência.
Em casa do Pai, dizes, haverá muitas moradas
Para aqueles que sejam firmes até ao fim;
Renasce a esperança nas almas que, assim,
Olham em frente, confiantes e renovadas.
Tua Palavra fortalece e assegura,
Brota de um coração pleno de carinho,
Aponta projectos e abre o caminho
Até Esse Pai que nos acolhe com braços de ternura.
Conhecer-Te e seguir-Te com firmeza,
Procura o homem que, mesmo parecendo estar sozinho,
Enquanto canta, trabalha e reza,
Na humildade e esforço achará a certeza
De que és para ele o CAMINHO.
A desilusão acabrunha e cansa,
Consigo arrasta torrentes de amargura,
Pois os humanos, pusilânimes e sem confiança,
Carregam, em dor, o peso duma vida dura,
Pisada pelo egoísmo e mentira da sociedade.
Para esses, Senhor, és a VERDADE.
E no trajecto tortuoso e prenhe de perigos,
Escondidos na traição e engano de falsos amigos,
Espalhas tua bondade e Tua luz,
Revelas a todos que és Jesus,
Que por nós morreste numa cruz
E à turba que corre, desvairada e aturdida,
Mostras que só Tu és a VIDA.
Partindo para junto do Pai Celeste,
Com Quem estás em união de amor,
Indicas ao homem pecador
A tarefa que a todos deste,
No Espírito ardente e Consolador.
Queremos, pois, cumprir nossa missão
De, entre todos, darmos a mão,
Conhecendo que Deus de nós faz
Testemunhas vivas da fraternidade e da paz.
Manuel Armando
(Reflexão para o 5º Domingo da Páscoa, Ano A)