DEUS É DOS SIMPLES
Como que anunciando ao mundo a esperança
Da abertura à coerência,
Na inocência,
Da verdade.
E onde se encontra a ternura,
A serenidade, o descanso, a luz,
Enquanto este tempo passa,
Calculista, frio e tirano,
Conspurcando a natureza pura
Do ser, criado para o alto, mas humano,
A vida alcança,
Na pessoa da criança,
Novo e elevado valor
Pois é dádiva de um Deus Criador
A olhar o homem, vergado
À vergonha do seu pecado,
Com expressão feliz e plena de Amor.
Quando, no vazio desta humanidade,
Uma nova e diáfana claridade
Raiou.
Projectariam vida, por missão,
Povoando a terra onde iriam viver
A mútua entrega num só coração.
Estará o equilíbrio da criança
Quando na sua família procura
Um naco de confiança
E ternura.
Os seus olhos de candura
Serão verdadeiros e frescos lírios
Que luzem como círios
E, na sua extrema doçura,
Apontam o Reino dos Céus
A quem as queira receber
Para, nelas, bendizer
A presença de Deus.
(Mc.10,2-16)
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