A BOA NOVA, DE PORTA
EM PORTA
Dois a dois, calcorrearam inóspitos
caminhos,
Alheios ao incómodo do calor e cansaço,
Contentes, porém, por levarem um
abraço
De fé e Redenção
A quantos, estando sozinhos,
Vegetavam em desilusão,
Pois aguardavam, sem tardança,
A Palavra de Deus Salvador,
Alívio para qualquer dor
E lenitivo de toda a esperança.
Bateram em cada morada,
Na praça pública pregaram com coragem
A Salvação anunciada.
Depois, nalgum sítio de paragem
Deveriam permanecer
De coração aberto
E acompanhar, de perto,
Quem se iria converter.
Coisa nenhuma levariam nessa jornada:
Nem saco, dinheiro ou quaisquer vitualhas
Porque era urgente ganhar algumas batalhas
Com vida desprendida e testemunhada.
Pôr-se a caminho sem olhar a sacrifícios,
E despojados dos interesses humanos,
Todos os verdadeiros caminhantes
Que generosamente se entregam,
ufanos,
Aos sagrados ofícios
Do anúncio da Boa Nova,
Sempre numa primeira e dura prova
Que enfrenta a recusa ou indiferença
De uma multidão imensa,
Postada ao lado da vida que passa,
Fechando os ouvidos à divina Graça.
Felizes os mensageiros
Que, abrindo o coração,
Aceitam, para si mesmos, a Salvação;
Serão eles os primeiros,
Inundados de alegria,
A sentarem-se no banquete da Sabedoria.
A notícia é desafiante mas
promissora;
Aceitá-la na liberdade e com desvelo,
Trabalhando nela com afincado zelo
É caminhar, seguro, pela
estrada fora
No empenho e convicção
Da vontade posta em missão
De proclamar a Redenção
Adquirida na fé e esperança
Que, na divina bondade,
Procura e alcança
O milagre da felicidade.
(15º Domingo do Tempo
Comum, Ano B. Mc.6,7-13)
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