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Vocação: Padre - Outras ocupações: artista de ilusionismo e hipnotismo

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

EDUCAÇÃO E HUMOR


         Uma historiazinha, piada ou anedota podem não ficar nada mal na boca de quem as sabe contar respeitando susceptibilidades ou conservando o decoro e a sensatez. Na verdade, há indivíduos que são exímios em semelhante matéria. Deixam transparecer o sabor daquela pitada de sal que, mesmo mordente, não espicaça a vergonha nem faz corar a face mais cândida. É que o contador exibe uma fisionomia serena, de tal modo que ninguém ousa atribuir-lhe alguma maldade.
         É assim. Na vida de todos nós, em cada dia, terá de haver um antídoto ou uma mezinha salvadora para as vicissitudes angustiantes que assaltam os humanos na labuta constante pela busca do sustento para o corpo e espírito.
         O humor, quando bem feito e regrado, tem o seu alcance educativo, afinando até a perspicácia de quem ouve correspondente à arte daquele que o faz.
         Pessoalmente, não sou coleccionador de histórias mais ou menos hilariantes. Só, numa ou noutra ocasião, as utilizo e devo dizer que sou o primeiro a gozar com a minha falta de jeito nisso.
         Mas admiro aqueles que, para produzirem boa disposição, não recorrem à imbecilidade da linguagem torpe e chocarreira ou à badalhoquice como, por vezes, é apanágio de alguns programas televisivos.
         Quem não se diverte perante um naco do fleumático humor inglês?
         Acerca de tudo e de todos há uma determinada apetência de algumas comunidades para, do lado duro da vida, retirarem o jocoso que alivia a crise e o mal-estar. E estas coisas alastram-se, de um instante para o outro, com uma facilidade incrível.
         Daí, a importância em o humor poder ser fio condutor de leveza e civilidade entre as gentes ou concorrer para a deselegância e desconfiança das sociedades.
         Já agora e sem graça, uma historieta que pode fazer lembrar o sentido de correcção e aceitação de aviso, sem areia no sapato e, muito menos, na cabeça.
         Dois automobilistas, rumando no mesmo sentido. O da retaguarda repara que o da sua frente viaja com uma porta do seu veículo mal fechada. No intuito de o precaver sobre algum percalço, faz sinal de ultrapassagem e, quando se encontra bem ao lado do primeiro, baixa o vidro correspondente e grita: “olhe a porta aberta”. Ao que o avisado responde, de mau humor: “Vá você”.
         Bom, esta pode não ter pilhéria, mas trará uma lição para aprender que o humor também pode e deve educar.
                                                                       

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