Insensata tontaria
Querer experimentar o Senhor
E, num arroubo de sobranceria,
Perguntar,
Com desplante,
Coisa tão importante
Sobre a essência do amor
Que, Ele mesmo, veio ensinar.
- “Qual o maior mandamento da Lei?”
Em grande humildade e doçura,
Como resposta, diz o Mestre Divino
Que toda a grei
Há-de cantar harmonioso hino
À caridade sublime e pura,
Pois amar a Deus,
Acima de qualquer criatura,
É para os filhos seus
O primeiro e mais alto preceito
Que gravado, bem no íntimo do peito,
Assume o segundo que é semelhante
Porque manda cada qual amar o irmão,
A todo o instante,
Em plena e aberta comunhão.
Tudo isto não passa de letra morta,
Se omite a caminhada em acção
Na busca do que mais importa:
Mudança de coração,
Rumo à constante conversão
Da humana fragilidade
Que se apressa e diz
Amar o Senhor
Mas, na verdade,
Nem é feliz
Pois hostiliza o tal irmão
E não lhe reconhece nenhum valor.
O amor é centro de intensa vida
E une os homens com permanente doação;
Só nele se há-de encontrar a salvação
Que, na Cruz, por Cristo foi merecida.
Deus não quer, nunca, um coração dividido.
Amá-Lo com toda a mente e alma
É assimilar, em cada momento,
O humilhante sentimento
De, por vezes, ter perdido
A dor do amor que nos salva.
Por todas as agressões a esse amor,
Desculpa-nos, Senhor.
Manuel Armando
(Reflexão para o 30º Domingo Comum, Ano A)
(Mt.22,34-40)
Sem comentários:
Enviar um comentário