Desculpa-me, Senhor,
Acredito na misericórdia e amor
Do Teu perdão;
Mas hei-de andar
Uma vida inteira a perdoar
A quem não se quer emendar
E se chama meu irmão?!
Sou humano também, bem sei,
De coração duro, talvez,
Não domino a negligência e altivez,
Nem a Tua vontade, ainda, descortinei.
Quantas vezes, na vida, eu vou ao chão,
Pelo meu grande descuido e fraqueza;
Outras tantas, me estendes Tua mão
Para que descubra eu a razão
Da minha vileza.
Mas olho para o meu semelhante
E não consigo entender
A sua maneira de agir e ser;
Vejo as aparências do seu semblante
E quero, logo, saber
As razões do tal proceder.
Por um nada sem valor
Mostro-lhe o meu furor:
Agarro-me ao seu pescoço,
Apertando-o quanto posso;
Fica, quase, sem respiração.
Mas, de imediato, Alguém me diz
Que, jamais, eu serei feliz
Se não lhe der o meu perdão.
Perdoar não é esquecer
Toda a dívida e dever,
Mas, sim, reduzir a distância
Do homem pecador
Ao Deus ofendido
Que, sem relutância,
No Seu infinito amor
Leva todos a recuperar o calor
E o tempo já perdido.
“Perdoai-nos as nossas ofensas”,
Assim pedimos todos nós,
Para, depois, acrescentar
E afirmar:
“Como perdoamos aos nossos devedores”.
Mas, se nos entregamos às desavenças,
Esquecemos de Deus a Sua voz
E seus favores.
Senhor, Te peço agora, com extrema humildade:
Ensina-me a amar
E perdoar
Ao meu irmão.
Que eu seja testemunha, na caridade,
Da Tua Graça e compaixão.
Manuel Armando
(Reflexão para o 24º Domingo Comum, Ano A)
(Mt.18, 21-35)
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