Não brinques comigo, Senhor.
Ora, se meu semelhante errar,
Sempre terei de o procurar
Sem lhe demonstrar
Meu pesar
E grande dor?
Será minha incumbência
Chamar outra gente
Para, também ela, sofrer a insolência
De quem vive cobardemente?
E que tem com isso a comunidade,
Se cada um vive para seu lado,
Num mundo pessoal egoísta ou isolado
E não procura descobrir a verdade
Nem a consciência do pecado?
Não brinques comigo, Senhor.
Livra-me de tal embaraço, por favor.
Mas, também agora, paro e penso:
Vieste para que toda a humanidade
Fosse salva, fazendo a virtude,
E percorreste este deserto imenso,
Com rebuscada solicitude,
Ao encontro da ovelha transviada,
Atolada na soberba e vaidade
Porque, ao longo de sua livre jornada,
Só deseja o vazio e o nada.
Como poderei, então, ficar parado e indiferente
Perante Teu tão solícito cuidado
De arrancar a mim e a toda a gente
Do malogro deste mundo que mente
Quando alicia para o pecado?!
Quero pois, Senhor, compreender e seguir Teu conselho.
Não vou deixar que o tempo passe em vão;
Atento à Palavra do Evangelho,
Tentarei ganhar meu irmão
E trazê-lo ao convívio da fraternidade,
Onde experimente a liberdade
Dos filhos de Deus
Chamados à paz e alegria,
Nas tarefas de cada dia,
Rumo aos Céus.
Manuel Armando
(Reflexão para o 23º Domingo Comum, Ano A)
(Mt.18, 15-20)
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