Tornar-se pequeno é crescer.
Amesquinhar a vaidade e sobranceria
É limpar os olhos para ver
A mais funda verdade, em cada dia.
Quem despeja o coração de toda a inveja
E o enche de humildade e mansidão,
Encontra sempre o descanso que deseja
Na intimidade de Deus, sublime e doce mansão.
O mundo franqueia as portas da mentira,
Dá ao homem incauto o vazio e a falsidade,
Propõe a ganância e impele à impiedade,
Apregoa bens efémeros, onde cada um se remira
Quando recusa o conselho evangélico com veleidade.
Mas quem aprende com o Senhor
As virtudes da vida,
Para salvar a razão
De qualquer investida
Ou furor
Da tentação,
Desamarra-se do jugo pesado
Da infidelidade ao bem sonhado,
Encontra a serenidade e a paz,
Esquece a promessa falaz
Dum mundo de matéria
E miséria
Do pecado.
Árduo e estreito é o caminho
Que ao Pai todos os homens conduz,
Mas, animadora é aquela esperança
Duma voz a segredar, de mansinho,
Para se aceitar a atitude da criança
Que, estando segura e serena,
Encontra a vida plena
Nos braços de Jesus.
Ele, na Sua humilde e divina sabedoria,
Acalenta os abatidos pelo cansaço;
Fortalece o pecador indolente
A quem Se revela e, docemente,
O encoraja a encontrar nova alegria
Na ternura e força do Seu abraço.
Também nós Te glorificamos, ó Pai,
Por Tua revelação contínua do infinito amor.
Aceita a prece que, humilde, nos sai
Do íntimo da nossa pequenez,
Pois só descobrimos o nosso valor
Quando vencemos, em Ti, a insensata altivez
E Te reconhecemos como único Deus e Senhor.
Manuel Armando
(Reflexão para o 14º Domingo do Tempo Comum – Ano A)
Mt. 11,25-30
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