Quem sou

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Vocação: Padre - Outras ocupações: artista de ilusionismo e hipnotismo

terça-feira, 24 de maio de 2011

NUNCA FICAREMOS SÓS

              Como criança, no momento da partida
              Do ser amado que se ausenta,
              A alma, sem esperança e confundida
              No tumulto e ganância da vida,
              Arroja-se aos pés da sereia que a tenta
              Em tom de derrota pela dor sofrida.

              Cansados e pensativos por tanto labutar,
              De pés esfacelados nas pedras do caminho
              Da jornada áspera e longa para enfrentar,
              Ouvimos sempre com vigor, mas baixinho,
              Alguém que nos segreda com muito carinho:
              “Não tenhais medo, não vos deixarei sós
              Porque vim ao mundo por todos vós.

              Se Me amardes guardareis os meus mandamentos
              E, no meio dos maiores tormentos,
              Estarei convosco em espírito e verdade,
              Sereis meus agentes e testemunhas da caridade
              Neste mundo agreste e de pecado
              Onde cada um, pelo Pai, é amado
              E chamado
              À felicidade.”

              Quero acreditar, Senhor, na Tua promessa;
              Sei que nunca enganas nem atraiçoas
              O Homem a quem abençoas,
              Na sinceridade da fé que professa.

              Vais para o Pai, mas não Te dizemos adeus,
              Pois estarás sempre presente
              Na vida daquele que, penitente,
              Implora a misericórdia dos Céus
              Donde será enviado o Espírito Consolador,
              Como fonte a jorrar o infinito amor.
     
              Recobramos, pois, o sentir da criança
              A quem do coração um grito lhe sai
              Porque viu recompensada a esperança
              Quando, no enlevo da certeza, encontrou o Pai.

              A nós sempre Te revelas em cada dia
              Nos pequenos gestos de amor;
              Inundas as almas com a alegria
              De lhes dares um Defensor.

              Por isso Te seguimos e cantamos com ardor:
              Que todos, em tudo, te louvem, Senhor.


                                (Reflexão para o 6º Domingo da Páscoa, Ano A)

                           

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