Quem sou

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Vocação: Padre - Outras ocupações: artista de ilusionismo e hipnotismo

quinta-feira, 26 de maio de 2011

ERA UMA VEZ… ou... QUEM SE ALISTA?

   Neste momento, quando é meu desejo exercer um direito que me assiste e uma obrigação á qual deverei dar cobro, vou explanar concretamente, como programa, um projecto que, levado a sério, poderá ajudar à solução de variados problemas sociais, familiares e pessoais.
    Compreendo e aceito que irão chamar-me visionário. Isso não me incomodará muito nem pouco. A minha tristeza ou desilusão é saber que esta ideia a apresentar não será conhecida nem tida em conta senão pelas poucas pessoas que me hão-de ler.
    Apesar do desassombro, já previsto, não deixo de o expor na mira de ganhar adeptos para o meu plano.
    Trata-se de construir um Governo sério e operativo na justiça e igualdade de direitos e deveres.
    Não adiantarei nomes para os diversos cargos, pois proponho e exijo a maior lisura e clareza neste exercício da autêntica democracia.
    Apresento funções ou missões de serviço, mas com uma durabilidade breve, de modo a muitos outros poderem prestar algum serviço à comunidade humana nacional.
    Ficará, assim, uma porta escancarada para quantos se acharem idóneos, capazes e dignos de ocuparem tais lugares desta governação peculiar, num futuro próximo.
    Ter-se-á ainda de reduzir, ao mínimo, o número das cadeiras que eram anteriormente ocupadas pelos diversos ministros, familiares, secretários, subsecretários, funcionários adjuntos, assistentes e mordomos.
    E parece não ser necessário ocupar muitas mais pessoas para conduzirem tal barco desde que, ao leme, se posicione a competência, a humildade, a honestidade, a verdade e o desprendimento.
    Constituir-se-á um órgão executivo governativo, reduzido mas empenhado em servir o povo que o elegeu, porque mais valem poucos e operantes do que a catrefa daqueles que procuram benesses para si e seus comparsas.
    Servir não é fácil, mas saber fazê-lo ainda se torna mais difícil.
    Adiantados estes pressupostos, atrevo-me, agora, a lançar o repto e convidar todos aqueles que estejam disponíveis e dispostos a alistarem-se para preencherem os vários cargos de Governo, não de sombra mas, tanto quanto possível, real.
    Como Primeiro-Ministro, venha alguém que não tenha um nariz de Pinóquio, se houver quem. Pode ser criança ainda, porque dos pequeninos ouve-se a verdade.
    Para a pasta da Educação, a mãe que tenha mais que cinco filhos, porque, pela experiência pessoal, obteve já o canudo de Educadora de Infância.
    No Ministério da Habitação, sentar-se-á um “sem-abrigo”.
    Quanto ao pelouro do Trabalho, assumi-lo-á qualquer jovem, com ou sem curso, que não tenha conseguido emprego, procure trabalho e queira, efectivamente, trabalhar e produzir alguma coisa na vida.
    Com o gabinete das Finanças e Economia ficará um reformado, de pensão mínima, porque sabe como ter e poupar. E até transpira ao fazê-lo.
    Para a Agricultura, o cavador de enxada que, de sol a sol, moureja nas suas jeiras o pão para cada dia e vai pagando os encargos sobre produtos que, por vezes, não chega a colher.
    A pasta da Saúde cairá nos ombros de alguém que espera por uma simples consulta ou intervenção cirúrgica há vários meses, senão anos.
    O encargo da Justiça irá ajustar-se aos cuidados de qualquer criança que, na Catequese, aprende a estar atenta e sensível relativamente aos direitos e deveres dos seus semelhantes.
    Para os serviços concernentes aos Transportes, lembramo-nos dum membro de Bombeiros que não têm subsídio para alimentar o desassossego das ambulâncias, mesmo quando estas servem de maternidades.
    Tocando no Desporto, aceita-se um elemento de qualquer clube da aldeia onde há formação nos valores físicos e morais dos jovens e que, no seu programa, vocifera contra a exorbitância vergonhosa e escandalosa dos gastos e ganhos em desportos ricos.
    Por último, há-de aparecer alguém que abarque o gabinete único do Fisco. Esse terá, como tarefa ingente, fazer que todos, sem excepção, governantes e governados, tenham um só ordenado ou uma única reforma, aliás consentânea com a função desempenhada e competência pagando, por inteiro também, os correspondentes impostos para o bem-estar comum.
    A noção de igualdade conduz à justiça e esta envolverá todos os indivíduos na felicidade e na paz.
    Se este meu programa governamental conseguir caminhar pelo seu próprio pé, tudo irá mudar-se. Quem haverá que duvide?

    PS. É óbvio que ficarão outros sectores em falha mas, todos juntos e de mãos dadas, suprirão, no momento, as dificuldades surgidas e com menos despesas.
    Também este meu escrito poderá vir à luz, depois de terminadas as eleições oficiais. Se assim for, promova-se um golpe de estado.

                                                                       
                                                                           Manuel Armando

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