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Vocação: Padre - Outras ocupações: artista de ilusionismo e hipnotismo

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Era uma Vez...ONDE ESTÁ O MEU G.P.S.?


ERA UMA VEZ…

Ou.. ONDE ESTÁ O MEU G.P.S.?


Sempre, em qualquer tempo e lugar, se tornou preciso haver modos e apetrechos de orientação. E, talvez, seja mais fácil para as nossas idades propriamente, porque dispomos dos meios sofisticados que a técnica e a ciência foram descobrindo e nos oferecem.
Não significa, meramente, invenções novas, pois até convém recordar que muitos dos heróis das gestas nacionais antigas, para falarmos dos nossos, utilizaram meios adequados às épocas e puderam, com algumas dificuldades e perigos, chegar onde o seu instinto descobridor os conduzia.
As necessidades criavam ou aguçavam o engenho. A observação do sol, da lua e estrelas, dos astros e ventos proporcionou, de certeza, o aproveitamento dos mesmos para rumos desconhecidos, mas ansiados, vencendo-se, entretanto, tempestades e tragédias. A história familiariza-nos com acontecimentos aliciantes de homens que se tornaram memoráveis pela bravura e parcas condições de que dispunham para sua orientação.
Descobrir a natureza com todas as potencialidades próprias será, talvez, um dos modos seguros de se conseguirem os objectivos procurados. Aliar os fenómenos naturais observados às ajudas técnicas facilitará, em muito, o conhecimento global do mundo que nos rodeia ou se acha a milhas de distância no universo.
A curiosidade das narrações históricas entretém-nos com os relógios de sol, com a bússola, os faróis das barras, o sextante ou os mapas cartográficos que não são, de forma nenhuma, inventos rudimentares, mas providos de um alcance fantasmagórico para as diversas épocas e, ainda hoje, de grande proveito e utilização.
Inventariar tudo o que é útil ou progressista é gastar tempo e energias com a evidência. Desnecessário, portanto.
Todavia, não podemos passar sem experimentar a importância prática de quanto se vai construindo nestes tempos modernos, sob pena de permanecermos no estado intelectual virgem e sem horizontes franqueados.
Os satélites, sobretudo os artificiais, tornam-se eixos de encontro para variadas acções humanas e, com os olhos postos neles, adaptamos o nosso radar do conhecimento em direcção à posse de muitas certezas.





Mas… há sempre uma dúvida possível e persistente sobre as diversas descobertas tecnológicas. Ou nós é que não as sabemos manejar, melhor dizendo.
Tudo isto, porque ERA UMA VEZ…
Dadas as viagens que, nalgumas ocasiões, tenho de empreender, rumando a determinadas localidades de acesso difícil desconhecido, resolvi, um dia, adquirir um aparelho de G.P.S. Até aqui, tudo bem. O complicado acontecia quando, no percurso, a voz da orientadora aconselhava, com frequência, que se invertesse a marcha, logo que possível.
Ora, naquela situação, conhecia eu bem a direcção a tomar e as estradas. Mas, para experimentar o saber da máquina, ela foi devidamente programada de modo ao regresso fácil. Porém, não se passaram muitos minutos e já o meu veículo estava a atravessar uns terrenos de cultivo agrário, num caminho próprio para carros de bois, somente, sem possibilidade de quaisquer manobras correctoras. Onde iria parar?
Se eu fosse de desânimo fácil, abandonaria tudo e mais alguma coisa e maldiria os inventos.
A verdade é que não mais usei o meu G.P.S., o qual também desapareceu, como que por artes mágicas. Onde estará ele ou em que mãos?
Agora, dou por mim a arranjar uma resposta lisonjeira e consoladora. É que, depois de quanto vou vendo, estudando e experimentando, deduzo que o melhor mapa ou outro instrumento de orientação são os nossos critérios morais correctos e os bons costumes, é a nossa cabeça e consciência tranquila, o estudo e reflexão em direcção ao destino certo que a vida nos exige e aponta.
Se não possuímos normas pessoais ou emprestamos a nossa cabeça a alguém para que pense por nós, então, o caminho poderá acontecer errado e ficaremos emparedados em becos sem saída plausível.
Não querendo, nunca, prescindir da ajuda dos outros, compete a nós mesmos a busca do tal caminho certo.

P. Manuel Armando

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