É bom extasiar-se, ante a vinha do Senhor,
Admirar a sua harmonia
E esplendor.
Feito com a infinita Sabedoria,
Foi o nosso mundo, grande e belo,
Posto gratuitamente na mão do Homem
Para este, com seu desvelo,
Lhe dar forma sempre renovada
E defendê-lo
Dos abutres que o consomem
No agir duma vida menos pensada.
Em seu redor puseram-se defesas,
Bastante seguras nas profundezas;
Ao centro, um lagar,
Mais uma torre de vigia
Donde todos podem olhar
Ou, até, proteger
A semente que vai crescer
E ser pão para mitigar
A fome de muitos, em cada dia.
Tudo bom, útil e atraente,
Caminho aberto para uma humanidade feliz;
Mas a ganância ilude e mente
Quando arrasta e tudo consente
Ou não deixa escutar o que Deus diz.
Os agricultores endurecem o coração,
Tanto mais quanto passam as horas e minutos
E reina, na quinta, enorme confusão
Pois recusam mostrar a sementeira e seus frutos.
Vêm os servos, primeira e segunda vez;
Por fim, também o Herdeiro é enviado.
Mas a humana e insensível malvadez
Maltrata uns,
Cobrindo-os de insultos baixos e comuns,
Mata, depois, os demais
E, no alvoroço sempre desajeitado,
Com rancores impetuosos e colossais,
O próprio Filho é morto e sepultado.
Todavia, Ele, sendo a tal pedra rejeitada,
Basilar para uma nova sociedade,
Unida e forte na caridade,
No amor construída e bem segura
É a presença da Salvação anunciada.
O orgulho do nosso eu pecador
Será esmagado
E triturado
Pela dor.
Mas o Cristo Redentor,
Reunindo os inúmeros povos,
Quis apontar rumos novos
De vitória sobre recusas e pecados
Pois todos os homens são chamados
A trabalharem em união
E, em plena consciência,
Pedirem a clemência
Da absolvição.
Então, Deus que ama e salva o pobre,
Acolhendo-os nos Seus braços,
Norteia-lhes os passos
E os cobre
De perdão.
Manuel Armando
(Reflexão para o 27º Domingo Comum, Ano A)
(Mt.21,33-43)
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